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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sereno

Sereno e claro, sim... Esse era o meu único oásis; aquele que me restava. O dos meus sonhos.

-Tenho andando á muitos anos por essa praia, disse á um pescador.
Ele me olhou com aqueles olhos perdidos no universo e se calou. E como não tivesse importância a minha fala, virou-se e continuou com sua tarefa. Mas também, o que seria eu além de um vazio? Não havia valor em um pobre e sujo homem; já pensava. Continuei minha jornada. Meus pés já estavam calejados, minha voz havia desaparecido e meu olhar ofuscado. Tudo havia se tornado sequidão. Porém, não podia desistir; mesmo que minha alma gritasse por socorro. Caminhei, caminhei e caminhei por longos percursos. Não existia uma só voz de compaixão, uma só mão de solidariedade que fizesse com que eu me sentisse melhor. E era inevitável, o tempo arrastou o que parecia ainda restar. Não havia mais forças. Qual é o caminho que eu ainda possa suportar? Não sabia (...) na verdade, não suportaria. Acolhi minhas mãos ao meu peito e disse em uma voz já arrastada: restaura-me. A brisa do mar era com um grande e forte abraço. Hoje sei bem o nome desse lindo e leve aconchego.


Jesus: "Por você, faria isso mil vezes”.

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