E assim caminha a humanidade...

Ontem vi um homem, aquele que chamamos: “mendigo” ou homem de rua. E ele estava sentado no chão, com roupas sujas, uma grande barba, e completamente sujo. Tinha um olhar perdido, parecia muito infeliz (e não era de se esperar.)

Este homem olhou para um outro que passava na rua e ele tentou olhar o mais profundo que pode e só conseguiu dizer: um dinheiro... dinheiro pra pão! E o homem que por ali passava, nem o olhando, nem encarando, disse em voz grossa e cheia de estupidez: não tenho nada. E continuou seguindo.

Olhei aquilo e pude perceber a tristeza que o mundo esconde. A desgraça que existe por trás do ser humano, vejo o quão imundo o mundo tornou-se e, é com infelicidade que vejo fazer parte disto tudo. Passamos por tantas coisas, já nos acostumamos com tanta desgraça que banalizamos nosso olhar. E de tanto a gente ver aquilo, diariamente, acabamos que não vemos nada. Vemos sem ver. O olhar torna-se sem vida e sem um pingo de importância. Sorte é da criança que vê ainda o mundo com os olhos de magia, de pureza, inocência e amor. Tem sonhos implantados e sorri, para tudo. O olhar é puro e acolhedor. Agora o adulto, é tão triste que nada vê. Ou melhor, só enxerga seu próprio umbigo. Tudo o que vê, não é nada mais, do que seu próprio reflexo. Alimenta seu ego, e pelo espelho diz: “Como sou forte!”. Mas na verdade, não tem nem caráter!

Aquele homem que vi sentado, completamente barbudo, não tem culpa. Ou até pode ter culpa sim, porque se ele realmente quisesse ele seria alguém na vida. Pois todos temos condições de ser uma pessoa digna. Todos, independente de classe social ou qualquer outra coisa, podemos ter um emprego, todos podemos ser realmente “seres-humanos”. Pois temos direito a isso, então devemos lutar. Mas a verdade é que aquele homem, estava sofrendo, e todos esquecem que ele não é um animal, não é um inseto para se repugnar. Ele é um ser humano, é gente! Ele sente frio, sente calor, tem suas necessidades. Mas o homem nada vê, só importa-se consigo mesmo, e só vai crescendo em cima de seu próprio “eu”. E não se importa em pisar nos outros, em cuspir, ou passar por cima. Eles querem mais é saber de serem felizes e nada os importa. E talvez seja por isso que o mundo está assim.

Pessoas que vivem suas vidas, simplesmente por viverem, sem saber ao menos o significado da palavra amor. Vivem sem ter sonhos, vivem cada dia como se fosse outro qualquer, esquecendo que cada dia, é incrivelmente um milagre. Sim, o milagre da vida! As pessoas ficaram imundas, sem saber o que é o amor. E foram alimentadas pela ganância, pelo ódio, pela dor, sofrimento. Gostam de ver a desgraça nos olhos dos outros, não se preocupam em trair. Não se importam com o sentimento das outras pessoas, não se importam em magoar, querem mais é curtição. Querem mais é saber de suas próprias vidas. A verdade, é que ninguém se importa mais com ninguém, e raras são as ovelhas brancas deste mundo. Porque de ovelhas negras, já esta cheio. E vamos nos fartando, sem dar conta, que a culpa também é nossa. Sabemos criticar, mas não fazemos nada para melhorar.

Apontamos erros, e tentamos justificar tudo, mas não damos o primeiro passo. Não enxergamos que o primeiro caminho para a mudança começa dentro de nós mesmos. Cada dia o ser humano se polui mais. A cada dia mais o mundo vai piorando e se perdendo. E assim caminha a humanidade. Cada dia pior, portanto... Sinta-se no inferno!